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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O UFC e as crianças


Existe uma coisa que me assusta nesse movimento de popularização do MMA no Brasil
Não importa se o esporte (?!) do momento, cheio de brasileiros campeões, faz sucesso em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Manaus ou alhures.
Ele está em alta no mundo inteiro.
Desde que sejam maiores de idade e devidamente vacinados, cada um com seus problemas. Mas quando chega às crianças, a luz vermelha acende.
Ontem, durante a transmissão do UFC na Globo, um pequeno garoto, na faixa dos 6 ou 7 anos de idade, recebeu uma atenção generosa da transmissão.
Devidamente “equipado” para o evento, o menino aparecia com luvas idênticas às usadas pelos lutadores, além de um traje semelhante a um quimono.
O sorriso azulado do menino revelou que até mesmo um protetor bucal ele fez questão de usar.
O pequeno “gladiador do novo milênio”, alcunha inventada por Galvão Bueno, se esforçou para copiar até as carrancas e os socos no ar dados pelos profissionais do octógono.
A transmissão deve ter realmente apreciado a cena, pois ela foi reprisada poucos minutos depois, em câmera lenta.
Além dele, contei pelo menos outros dois garotos com menos de 10 anos de idade que foram filmados nas arquibancadas.
Crianças que, pelo horário, suponho, não deveriam estar ali.
Sou completamente leigo acerca das leis que regem sobre isso, mas basta um mínimo de senso para saber que aquele ambiente não é o mais adequado à infância, assistindo uma pancadaria gratuita, prato principal do UFC.
Quando a pessoa já tem um mínimo de caráter formado (seja bom ou mal), as escolhas são feitas com naturalidade, há discernimento suficiente para você ver uma briga e simplesmente não sair arrebentando qualquer um por aí— imagino que este seja o caso dos apreciadores de artes marciais, não sei. Geralmente, é na adolescência que passamos por esse processo de discernir o que é certo do que é errado, o que é de bom grado e o que é pura sacanagem.
Mas quando ainda vivemos a infância, temos a tendência de imitar quem nos rodeia.
Essas crianças não têm a menor ideia do que estão fazendo.
Estão apenas copiando nossos movimentos, mostrando, com toda aquela inocência da infância, como somos ridículos.

FÁBIO MONTEIRO (jornalista em Brasília)
Fonte: http://blogdojuca.uol.com.br/ em 15.01.2012

domingo, 1 de janeiro de 2012

Doze Motivos Para Se Casar Com Um Historiador

1 -  Nunca vai faltar assunto.



Historiador sempre tem uma história pra contar, é legal quando você tem um “figura” do seu lado que tem a cabeça ampla pra as mais diferentes conversas, assuntos, papos, e uma opinião formada mesmo daquilo, ele nunca terá problemas em ser “social” mesmo que seja tímido, tem papo pra tudo.

O único problema é quando o historiador contrariar sua família toda naquele almoço de domingo dizendo que tudo que todo mundo disse tá absolutamente errado e estragar o almoço err…




2 -  Ele dificilmente irá julgar sua família, amigos, etc…


 
Estudamos todo tipo de civilizações e forma de viver dos seres humanos, então é mais fácil a gente se surpreender com eventos naturais óbvios do que com os “complexos” seres humanos, pra estudar todo tipo de forma de vida de um ser humano é necessário tentar compreender aquele estilo de vida.

Também jamais irá julgar você pela aparência, ainda mais se ele for fã da teoria da sociedade da imagem.

Então, por consequência quebramos preconceitos, se você namora um historiador fica tranquilo quanto a aquele primo anti-cristo, aquele amigo esquisito, normalmente nunca será julgado, agora quanto a parte de tirar sarro, er não garanto.





3 -  Todo tipo de regra imposta o historiador normalmente não dá a mínima.



Então se sua preocupação era quanto a onde vai ser o casamento, se você foi “crismada” ou não, que seja, pro historiador é o de menos, ele se importa com tudo menos com os esteriótipos, isso se ele não tiver uma alergia a catolicismo, então naturalmente o importante é que a união dê certo, então ele fará de tudo para que a união mesmo dê certo e dificilmente irá se importar com o preconceito do povo.



 
4 - Se você acredita em outras vidas, o historiador já está pagando sua dívida.



Porque provavelmente ele é professor, então todos os atos ruins da vida passada provavelmente ele já está resgatando como uma boa pessoa.





 5 - Você será trocado (a), mas fique tranquilo.



Será no máximo por um livro do Karl Marx ou do Max Weber.




6 -  No natal, aniversário, dia dos namorados, etc, você não terá problemas em presenteá-lo.



 
Você sabe que se você der aquele livro que ele tava querendo DAQUELE AUTOR que ele adora provavelmente ele vai ter orgasmos múltiplos de felicidade.

Ou então dê uma estatuazinha do deus Osíris, ou de Afrodite, qualquer coisa relacionada a mitologia que vai ter um ar de “uma pessoa que ama história mora por aqui” também é legal.


 


7 -  Ele tem pose de nerd mas isso não quer dizer que seja um.

 
E principalmente não quer dizer que ele seja certinho, quanto mais se estuda a humanidade menos afim de ser correto nos padrões da sociedade você fica, ele pode ser um capeta, mas tem aquela cara de pessoa certinha e esforçada, o que te poupa explicações, e ele sabe muito bem o que é ridículo pra sociedade e vai te poupar de certas vergonhas alheias.





8 -  Até os programas de índio vão ser interessantes pra ele.



Nada mais legal do que sentir na pele o que é ser uma sociedade livre do estado, sem regras, sem leis, sem naaada.




10 -  Não sabe em quem votar na eleição, pede um palpite pra ele!

Só não espere que ele vá sugerir que você vote em partido de direita, aliás se você votar em partido de direita será um motivo pra união ser questionada.




11 - Ele pode parecer revoltado, anarquista, socialista, mas no fundo ele só quer o bem de todos.



Então você jamais estará do lado de uma pessoa individualista, pois como estudante de humanas ele sempre pensará no todo e não somente nele mesmo.



 

12 - Quanto mais você estuda, mais medo de falar bobagem você tem.



Então pode contar com ele na hora de jogar na roda aquele assunto difícil, aquela lavação de roupa suja, normalmente ele vai ser bem cauteloso com as palavras, a não ser que você tenha testado demais o santo dele, ai eu já não garanto afinal, fazer história não é como fazer letras não é minha gente?


E como bom historiador você nem notou que faltou o e como bom historiador você nem notou que faltou o 9 -  (ruim de matemática).
 
Fonte: http://miocitos.wordpress.com/2011/12/16/12-motivos-para-casar-com-um-historiador/







sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Talking out of turn (Falando fora de hora)


When I took a little loving from you
Oh I, never thought about the hurting inside
But I took a little more than I should
Oh why, can't explain that I would ever
Let you slip through my fingers
Let you escape like yesterday
I would appreciate you knowing
I thought you love had come to stay



CHORUS

Talking out of turn
Shot to pieces
When will I learn
Talking out of turn
Shot to pieces
When will I learn



But I took a little more of you each day
When I didn't see that
 I was breaking you apart
With angry words of love
I didn't mean
Oh why, can't believe that
I would ever
Talk myself out of tomorrow
Talked like a fool to yesterday
And as the evening loses colour
Your love began to fade away



CHORUS



Talking out of turn
Talking out of turn



If I upset you
I didn't mean to hurt you
I didn't mean to make you cry
I don't need an alibi
To start me talking out of turn



When I took a little loving from you
Oh I, can't believe that
I would ever Let you slip through my fingers
Let you escape like yesterday
I would appreciate you knowing
I thought your love had come to stay



CHORUS

Falando Fora de Hora

Quando recebia um pouco do seu amor
Oh, eu nunca pensei que iria doer tanto aqui dentro
porque eu amei um pouco mais do que devia
Ah porque será...não sei explicar,
deixei você escorregar por entre meus dedos
Deixei que se fosse como em outro dia
Eu iria adorar que você soubesse
Pensei que o seu amor tivesse vindo para ficar...



Falando fora de hora
atingido, em pedaços...
quando irei aprender?
Falando fora de hora
atingido, em pedaços...
quando irei aprender?



Mas, a cada dia eu mais me apegava a você
mas eu não sabia que estava te afastando
com furiosas palavras de amor, eu não sabia
Ah porque será, não consigo acreditar, que jamais deveria
falar para mim mesmo esquecer o amanhã
falado como um tolo sobre o passado
e assim como o anoitecer perde a cor
seu amor começa a desvanecer...



Falando fora de hora
atingido, em pedaços...
quando irei aprender?
Falando fora de hora
atingido, em pedaços...
quando irei aprender?



Falando fora de hora
Falando fora de hora



Se eu te frustrei
Eu não queria tê-la magoado
Eu não queria tê-la feito chorar
E não preciso de um àlibi
Para que comece a falar em voltar atrás



Quando recebia um pouco do seu amor
Oh, eu nunca pensei que iria doer tanto aqui dentro
porque eu amei um pouco mais do que devia
Ah porque será...não sei explicar,
deixei você escorregar por entre meus dedos
Deixei que se fosse como em outro dia
Eu iria adorar que você soubesse
Pensei que o seu amor tivesse vindo para ficar..





sábado, 30 de julho de 2011

Canção do Tamoio, de Gonçalves Dias






Canção do Tamoio








(Natalícia)









I



Não chores, meu filho;



Não chores, que a vida



É luta renhida: Viver é lutar.



A vida é combate,



Que os fracos abate,



Que os fortes, os bravos,



Só pode exaltar.



II



Um dia vivemos!



O homem que é forte



Não teme da morte;



Só teme fugir;



No arco que entesa





Tem certa uma presa,



Quer seja tapuia,



Condor ou tapir.



III



O forte, o cobarde



Seus feitos inveja



De o ver na peleja



Garboso e feroz;



E os tímidos velhos



Nos graves conselhos,



Curvadas as frontes,



Escutam-lhe a voz!



IV



Domina, se vive;



Se morre, descansa



Dos seus na lembrança,



Na voz do porvir.



Não cures da vida!



Sê bravo, sê forte!



Não fujas da morte,



Que a morte há de vir!



V




E pois que és meu filho,



Meus brios reveste;



Tamoio nasceste,



Valente serás.



Sê duro guerreiro,



Robusto, fragueiro,



Brasão dos tamoios



Na guerra e na paz.







VI



Teu grito de guerra



Retumbe aos ouvidos



D'imigos transidos



Por vil comoção;



E tremam d'ouví-lo



Pior que o sibilo



Das setas ligeiras,



Pior que o trovão.





VII



E a mãe nestas tabas,



Querendo calados



Os filhos criados



Na lei do terror;



Teu nome lhes diga,



Que a gente inimiga



Talvez não escute



Sem pranto, sem dor!







VIII



Porém se a fortuna,



Traindo teus passos,



Te arroja nos laços



Do inimigo falaz!



Na última hora



Teus feitos memora,



Tranqüilo nos gestos,



Impávido, audaz.



IX




E cai como o tronco



Do raio tocado,



Partido, rojado



Por larga extensão;



Assim morre o forte!



No passo da morte



Triunfa, conquista



Mais alto brasão.







X



As armas ensaia,



Penetra na vida:



Pesada ou querida,



Viver é lutar.



Se o duro combate



Os fracos abate,



Aos fortes, aos bravos,



Só pode exaltar.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Sugestão e correção histórica dos fatos relacionados com as cataratas do Iguaçu.‏



Cataratas do Iguaçú




Em janeiro deste ano (2011), estive em Foz do Iguaçú, visitando as cataratas. Publiquei alguns posts sobre o tema, uma vez que tenho curiosidade sobre a figura histórica de Cabeza de Vaca. Seu nome Alvar, tem a ver com o meu sobrenome e de meu avós espanhóis: Alvarez! Em seguida, recebi algumas contribuições do Fábio K. Nunes, lá de Santa Catarina, sobre o tema. O Fábio me autorizou a publicar suas pesquisas e as disponibilizo agora, a quem interessar possa. Tudo em nome da pesquisa história. Obrigado Fábio!

A seguir temos o email do Fábio:

"Estou encaminhando neste blog dando como resposta o argumento que fiz por e-mail ao responsáveis do site das Cataratas do Iguaçu (http://www.cataratasdoiguacu.com.br), porém não recebi nenhuma resposta. Por isso estou te encaminhando este e-mail para que possam dar uma analisada.

Meu nome é Fabio e sou pesquisador da história da região onde moro aqui em Santa Catarina (vale do rio Itapocu). Estive visitando as cataratas do Iguaçu no início do ano onde fiz algumas filmagens para o meu documentário (tanto no lado brasileiro quanto no lado argentino).

Entre outros assuntos relacionados com a minha pesquisa, se encontram os desbravadores da coroa espanhola que atravessaram a pé desde a costa catarinense em direção a Assunção no Paraguai na metade do século XVI onde estarei abordando aqui especificamente neste e-mail pros responsáveis do Parque Nacional do Iguaçu é a expedição de 250 homens, 26 cavalos e éguas, dois frades franciscanos, mais alguns índios guaranis sob o comando do governador e adelantado Alvar Núñez Cabeza de Vaca que entrou pelo rio Itapocu no dia 02 de novembro de 1541 e que a maioria desta expedição chegaria no dia 11 de março de 1542 as 08 ou 09 da manhã de um sábado à capital paraguaia. No meu documentário que está em fase de edição, acabei refazendo o itinerário que a expedição fez pelo interior do Paraná até chegarem ao rio Paraná e deste ponto até a capital paraguaia.

Bem, vamos ao que me preocupa historicamente em relação as cataratas do Iguaçu (como pesquisador e principalmente turista).

Pra começar, gostaria de saber qual o documento tem como referência histórica atestando que Alvar Núñez Cabeza de Vaca afirma ter falado “Santa Maria, que beleza” e que o mesmo ainda teria batizado um daqueles saltos de "Santa Maria"?

Até hoje nas documentações que o próprio Cabeza de Vaca fez menção as "quedas da água" do baixo rio Iguaçu, em nenhum momento ele faz estas descrições que vocês divulgam na própria página de vocês:

http://www.cataratasdoiguacu.com.br/descobrimento.asp





Pra rebater com documentação a minha indagação deste e-mail, vou mencionar os três documentos que o próprio Cabeza de Vaca descreve em relação as cataratas do rio Iguaçu.





Trecho do documento: Información de lo sucedido a Alvar Núñez, hasta llegar al puerto de la Asunción, publicado em Assunção no Paraguai no dia 07 de maio de 1543.

(documento publicado no site em anexo):

http://www.cabezadevaca.com.br/site/julgamento/justicia-14

19.Iten si saben etc. que estando en el Río de Yguacu siendo informado el señor gobernador que el río iba a dar al río de Paraná, determinó de ir por él en canoas con cierta gente a tomar el paso de la otra banda del río de Paraná y asegurarse y pacificar /folio y poniéndolo en efecto se embarcó en ciertas canoas con hasta ochenta hombres y todo el resto de la otra gente y caballos, mandó al capitán Francisco López su teniente fuese con ella y atravesase la tierra hasta dar al río de Paraná y tomase y y asegurase esta otra banda del río del río y así se partió el señor gobernador por el río abajo y llegando a un salto que el río hace, mandó varar y se vararon las canoas y se llevaron por tierra a fuerza de brazos con mucho trabajo, término de una legua por más o menos hasta salvar el salto y salido el río del Paraná se puso a la otra banda de él y aseguró y pacificó los indios y desde ha cuatro horas poco más o menos llegó el capitán Francisco López con toda la gente y caballos, Declaren lo que saben.









Trecho do documento: Relación General que yo Albar Nuñez Cabeça de Baca, publicado na Espanha no dia 07 de dezembro de 1545. (documento base para o livro Comentários de 1555)

(documento publicado no site em anexo):

http://ia700102.us.archive.org/22/items/16thcentrelacibon06nbudrich/16thcentrelacibon06nbudrich.pdf

Capítulo XXVII - Este rrio Yguaçu haze un salto, de cuya causa me conbino á my é á la gente passar las canoas por tierra hasta salbar el dicho salto, é las llebamos mas de un quarto de legua baxandolas por tierra á pura fuerza de nuestros brazos hasta que las tornamos

al rio, é fuemos por el hasta que llegamos al rrio de Paraná, y fue Dios servido que los que yban por tierra y los de las canoas todos llegamos á un tiempo, que fue causa que los yndios no osasen acometernos, puesto caso que mucha gente dellos se abian ya allí juntado, y comencé á derramar entre los mas principales rescates y buenas palabras con que los sosegué, y con las canoas hize quatro balsas en las quales en termino de seys oras pasé toda la gente y caballos con mucha pacificación, ayudandome los propios yndios.

Trecho do livro: Comentários de 1555 de Alvar Núñez Cabeza de Vaca.

(documento publicado no site em anexo):

http://bvp.org.py/biblio_htm/alvar_nunez/comentarios/cap_11.htm

Capítulo XI - "-...yendo por el dicho río de Iguazu abajo era la corriente de él tan grande, que corrían las canoas por él con mucha furia; y esto causólo que muy cerca de donde se embarcó da el río un salto por unas peñas abajo muy altas, y da el agua en lo bajo de la tierra tan grande golpe, que de muy lejos se oye; y la espuma del agua, como cae con tanta fuerza, sube en alto dos lanzas y más, por manera que fué necesario salir de las canoas y sacallas del agua y llevarlas por tierra hasta pasar el salto, y a fuerza de brazos las llevaron más de media legua, en que se pasaron muy grandes trabajos; salvado aquel mal paso, volvieron a meter en el agua las dichas canoas y proseguir su viaje, y fueron por el dicho río abajo hasta que llegaron al río del Paraná,...".

Diante deste três documentos do próprio Cabeza de Vaca, em nenhum momento ele faz menção sobre o "Salto de Santa Maria" ou que o mesmo fala a seguinte frase " Santa Maria, que beleza"?! Gostaria que vocês me respondessem a este questionamento.

Aproveitando este e-mail, gostaria de mostrar mais algumas curiosidades destes três documentos em relação as descrições feitas por Cabeza de Vaca sobre as cataratas do Iguaçu:

Na "Información" de 1543 (ítens 16 e 17), Cabeza de Vaca diz que após a expedição ter saído da região do rio Piquiri no dia 18 de janeiro de 1542, caminharam entre dez e onze dias (oito ou nove jornadas) até atingirem novamente o baixo rio Iguaçu (estes dados daria a janela de tempo entre os dias 28 e 29 de janeiro). No livro "Comentários", ele descreve que a chegada ao rio Iguaçu (e não as cataratas propriamente dita) foi "a postrero dia del dicho mes de enero", ou seja, no último dia (31) de Janeiro de 1542. De qualquer maneira se for esta data de 31 de janeiro que o mesmo novamente chegou com a expedição no baixo rio Iguaçu (tudo indica que seja nas proximidades na região da represa Salto Caxias defronte a foz do rio Cotegipe), deste ponto até as cataratas não daria teoricamente tempo do Cabeza de Vaca e o restante a expedição terem contemplado no mesmo dia 31 de janeiro as cataratas do Iguaçu, pois deste ponto até as quedas são aproximadamente 100 quilômetros de distância para serem percorridos no mesmo dia. Como as datas do documento de 1543 e do livro comentários de 1555 são controversas, a forma mais coerente de se afirmar a descoberta das cataratas do rio Iguaçu seria dizer que foi entre o final de janeiro e começo de fevereiro de 1542.

Mais uma curiosidade sobre estes documentos escritos por Cabeza de Vaca seriam as três versões da distância que o mesmo teve com parte da expedição de se desviarem das cataratas por terra com os demais que já percorriam a pé carregando as canoas para seguir novamente abaixo das cataratas até o foz propriamente dita do Iguaçu com o rio Paraná que está bem próxima.

Na "información" de 1543, o mesmo descreve que teve que desviar aproximadamente 1 légua (por volta de 5.5 quilômetros). Na "Relacion General" de 1545, o mesmo descreve que foi aproximadamente 1/4 de légua (por volta de 1.5 quilômetros) e no livro "Comentários" de 1555, o mesmo descreve que foi aproximadamente 1/2 légua (por volta de 3 quilômetros).

Pra terminar os argumentos históricos, o governador somente tomou posse da coroa espanhola no lado direito do rio Paraná já em território paraguaio entre 23 e 24 graus de latitude na região do Guairá (abaixo do salto das extintas sete quedas). Coincidência ou não existe uma colônia paraguaia com o nome de Alvar Núñez Cabeza de Vaca nesta região. Em nenhum dos três documentos que apresentei, Cabeza de Vaca toma posse em nome da coroa espanhola nas cataratas do Iguaçu.

 


Desculpe por este e-mail ser extenso, porém precisava colocar as provas documentais sobre Alvar Núñez Cabeza de Vaca (...)  são estas as provas documentais que este personagem faz em relação as cataratas do Iguaçu e nada mais.


Esta história de "Salto de Santa Maria" e "Santa Maria, que beleza", atribuídas por Alvar Núñez Cabeza de Vaca, infelizmente sinto que foi fruto da imaginação de alguém que queria divulgar ainda mais as cataratas inventando fatos históricos pra se "vender" turismo. Sobre este equívoco histórico, está para ser lançado um filme sobre a história do Paraná desde o século XVI onde se tem uma cena de Alvar Núñez Cabeza de Vaca (personagem interpretado pelo autor Roberto Bomtempo) "tomando posse das cataratas do Iguaçu e dando o nome de um dos saltos de Santa Maria".

A única referência histórica de conhecimento que existe com o nome "Santa Maria" nas proximidades da Cataratas do Iguaçu, seria a redução Jesuítica chamada "Santa Maria la Mayor", que foi fundada em 1626 nas proximidades do rio Icarai, na margem direita do Rio Iguaçu e a esquerda do Paraná pelos Padres Diogo de Boroa e Cláudio Royer. O local provavelmente deve ter existido dentro do Parque Nacional do Iguaçu, porém não foram encontrados vestígios arqueológicos de sua existência até o presente momento. Esta redução ficava longe das demais reduções jesuíticas que existiam ao longo do território paranaense desde o século XVII. No ano de 1633 (7 anos de duração apenas), foi atacada pelos bandeirantes paulistas e por causa das incursões, a mesma transladou-se mais ao sul para as imediações do antigo povo dos Mártires (atual cidade de Santa Maria na província de Misiones na Argentina), donde passou para melhor situação, à meia légua da margem direita do rio Uruguai. Esta última deixou de existir por volta de 1767 após a expulsão dos jesuítas pelos espanhóis.

Pra terminar, do lado brasileiro, deveriam dá um destaque especial a expedição de Alvar Núñez Cabeza de Vaca como vocês fizeram em relação a Santos Dumont (inclusive divulgar os trechos destes documentos mencionados neste e-mail numa placa e ao menos um busto do governador e adelantado), pois no lado argentino do Parque Nacional del Iguazú, ao menos eles colocaram uma placa de bronze (mesmo com o equívoco da data da descoberta das cataratas pela expedição de Cabeza de Vaca ter sido grafada erroneamente com o ano de 1541), além de homenagear a pessoa de Cabeza de Vaca dando o nome de um pequeno salto logo abaixo das grandes quedas (sem precisar dizer que o próprio se auto homenageou dando seu nome ao salto). (...)

Espero que este e-mail seja de importância para o melhor esclarecimento histórico sobre as cataratas do Iguaçú.

Atenciosamente: Fabio





Fora do contexto das cataratas, estou questionando outras frases e atribuições que colocaram na história de Cabeza de Vava aqui no Brasil como por exemplo que na ilha de Santa Catrina o governador teria descrito as duas lagoas (Conceição e do Peri) e teria dado o nome das ilhas de Ratones. Ainda tem um pesquisador da cidade de Joinville que deturpa a historiografia da expedição durante a travessia a pé desde a costa catarinense dizendo que os mesmos teriam entrados por um outro caminho mais ao norte que não fosse o vale do rio itapocu."













































































domingo, 3 de julho de 2011

Gibran Khalil Gibran, palavras...

 


“O amigo é a resposta aos teus desejos. Mas não o procures para matar o tempo! Procura-o sempre para as horas vivas. Porque ele deve preencher a tua necessidade, mas não o teu vazio.”

 


“Todo o trabalho é vazio a não ser que haja amor.”



“Trabalho é amor tornado visível.”

 


“A música é a linguagem dos espíritos.”



“Cada vez mais desesperadamente o homem procura dilatar o tempo que já não tem.”



“Uma voz não pode transportar a língua e os lábios que lhe deram asas. Deve elevar-se sozinha no éter.”



“Aquele que nunca viu a tristeza, nunca reconhecerá a alegria.”



“O desgosto é o obscurecimento do espírito e não o seu castigo.”



“A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem contra as sementes.”



“Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores.”



“Quem não sabe aceitar as pequenas falhas das mulheres não aproveitará” suas grandes virtudes.



“As flores desabrocham para continuar a viver, pois reter é perecer.”



“A sabedoria é a única riqueza que os tiranos não podem expropriar.”



“O importante para uma pessoa não são os seus sucessos mas sim quanto os deseja.”



“O prisioneiro que tem a porta do seu cárcere aberta e não se liberta, é um covarde.”



“Anda, parar é covardia e olhar para a cidade do passado é ignorância.”



“A simplicidade é o último degrau da sabedoria.”



“O desejo é a metade da vida; a indiferença a metade da morte!”



“Pode contar seus segredos ao vento, mas depois, não vá culpá-lo por contar tudo às árvores.”



“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas quando parte, nunca vai só nem nos deixa a sós. Leva um pouco de nós, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas há os que não levam nada.”



O Profeta



“Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão:

Que haja antes um mar ondulante entre as praias de vossas almas.

Encheis a taça um do outro, mas não bebais na mesma taça.

Dai de vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço.

Cantai e dançai juntos, e sede alegres, mas deixai cada um de vos estar sozinho,

Assim como as cordas da lira são separadas e, no entanto, vibram na mesma harmonia.

Dai vossos corações, mas não confieis a guarda um do outro.

Pois somente a mão da vida pode conter nossos corações.

E vivei juntos, mas não vos aconchegueis em demasia;

Pois as colunas do templo erguem-se separadamente,

E o carvalho e o cipreste não crescem a sombra um do outro.”



"Você pode contar seus segredos ao vento, mas não vá culpá-lo por contar tudo as árvores."



“Quando o amor acenar,

siga-o ainda que por caminhos

ásperos e íngremes.

Debulha-o até deixá-lo nu.

Transforma-o,

livrando-o de sua palha.

Tritura-o,

até torná-lo branco.

Amassa-o,

até deixá-lo macio;

e,então,submete ao fogo

para que se transforma em pão

para alimentar o corpo e o coração!”



"A Razão e a Paixão são o leme e as velas da alma navegante. Sem ambos, ficarias à deriva ou parado no meio do mar.

Se a Razão governar sozinha, será uma força limitadora. E uma Paixão Ignorada é uma chama que arde até sua própria destruição."





Fonte: